terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O Esporte que nós escolhemos

Dizem, que nós não escolhemos o(s) esporte que queremos praticar, mas sim o esporte nos escolhe.

Desde que me conheço por gente fui escolhido pela natação. E ainda pequeno pratiquei judô, futebol.

Fiquei quase 25 anos sem praticar esporte algum (salvo alguns lapsos de tempo na faculdade que voltei para a natação), mas neste ano comecei a fazer caminhada e novamente a natação.

Antes de voltar, pensei. - Preciso praticar mais um esporte, mas qual? Nesta idade da vida, futebol e artes marciais são perigosos, porém mais divertidos, então optei (de novo!) pela natação. A natação assim como o atletismo, ciclismo, etc é um esporte solitário, na qual você passa horas indo e voltando pela piscina, somente com seus pensamentos. Uma distração e pah! engole água, sente falta de ar, etc então na mínima chance, parar de nadar é um caminho. Não são raros os casos de abandonos.

Como já disse, o esporte te escolhe e não importa que fase da vida que você está. Se está com 20, 30 ou 40 anos. Estou nadando a 2 meses e...cansa! Mas preciso ser persistente e manter a rotina.

Caminhada com corrida e natação todos os dias. Os dois esportes são solitários, porém há muito no que se pensar, principalmente com a natação.

Você pensa no seu dia, nos seus amigos, nos livros que está lendo e nos livros que precisa pegar para ler. E quando solitariamente você acaba de pensar, acabou o treino e até amanhã.

O esporte me escolheu e serei seu a vida inteira, mesmo sendo solitário, difícil e duro, pois fazendo chuva ou sol temos que manter a rotina.

Um abraço a todos.
Saravá!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Fatiando o tempo - Carlos Drummond de Andrade

Fatiando o Tempo
Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que seu deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar o pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui pra adiante vai ser diferente...

... para você,
desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
a esperança renovada.

Para você,
desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder emocionar.

Para você neste novo ano,
desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
que sua família esteja mais unida,
que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe 
desejar tantas coisas
mas nada seria suficiente...
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes e que eles possam te mover a cada
minuto, rumo a sua felicidade"

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Alice no país das Maravilhas


Alice no País das Maravilhas

”Para achar seu caminho é necessário encontrar sua porta”.


“O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?”
“Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato.
“Não me importo muito para onde...”, retrucou Alice.
“Então não importa o caminho que você escolha”, disse o Gato.
“...contanto que dê em algum lugar”, Alice completou.
“Oh, você pode ter certeza que vai chegar”, disse o Gato, “se você caminhar bastante.”

Tipos de preguiça


O primeiro passo para superar a preguiça é reconhecê-la e gradualmente derrotá-la, isto é, dia a dia, momento a momento. Basicamente há quatro tipos de preguiça.



O primeiro é quando não se está motivado e não se tem vontade de fazer alguma coisa.



O segundo é quando sempre se deixa para amanhã o que se deveria fazer hoje.



O terceiro tipo de preguiça é o pior de todos (embora não diminua os outros): empenhar-se em ações negativas e não se fazer nada de positivo.



O quarto tipo de preguiça é quando dizemos: "Ah! Não sou capaz de fazer isso" ou ainda "esse trabalho é muito difícil para mim". Esse tipo de preguiça cria bloqueios na nossa mente e nos torna pessoas passivas que não querem fazer coisa alguma.

Mais um pouco de Carpe diem

Faz parte de uma série de cursos o qual ministro. Muito legal!


POR QUE ESTAMOS AQUI ???

 
 
Faz sentido esta pergunta. Pergunta simples porém muito complexa de responder. Digo que o tempo não volta mais. Se estamos aqui, neste momento assistindo aula temos um objetivo a cumprir. Neste contexto a observação e o bom aproveitamento do tempo é essencial. O tempo apesar de quase sempre ser silencioso é o maior inimigo da humanidade. Podemos voltar, não! Porém podemos ser eternos, pois já dizia um velho ditado. "Um homem que escreve seu nome em uma pedra ou pedaço de papel, morrerá, pois o tempo dará conta de apaga-lo. Porém um homem que escreve seu nome em outro coração humano perpetuará, pois um homem passa para outro homem!
 
CARPE DIEM
(já escrevi sobre este poema em um texto anterior)
 
As Virgens Que Fazem Muito Caso do Tempo

Apanha os botões de rosa
Enquanto podes.
O tempo voa
E esta flor que hoje sorri
Amanhã estará moribunda.

-Em, latim o termo para este sentimento é carpe diem (aproveita o dia) … Porque somos pasto para vermes, rapazes. Acreditem ou não todos nós nesta sala um dia vamos deixar de respirar, vamos ficar frios e morrer” (Sociedade dos poetas mortos)
Aproveite o dia
 
“FUI À FLORESTA PORQUE QUERIA VIVER DE VERDADE. EU QUERIA VIVER PROFUNDAMENTE E TIRAR TODA A ESSÊNCIA DA VIDA. EXCLUIR TUDO O QUE NÃO ERA VIDA E NÃO QUANDO MORRER, DESCOBRIR QUE NÃO VIVI".
Sociedade dos poetas mortos                       Henry D. Thoreau
O Carpe diem nasceu através do poeta grego Horácio. Autor de odes, sátiras e epístolas, ele tratou da simplicidade da natureza e dos prazeres humanos, eternizando a expressão carpe diem.
Carpe diem quam minimum credula postero
(colha o dia, confia o mínimo no amanhã)
Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi (Não pergunte, saber é proibido, o fim que os deuses)
 
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
(darão a mim ou a você, Leuconoe, com os adivinhos da Babilônia)
 
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
(não brinque. É melhor apenas lidar com o que cruza o seu caminho)
 
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
(Se muitos invernos Júpiter te dará ou se este é o último,)
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
(que agora bate nas rochas da praia com as ondas do mar)
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi
(Tirreno: seja sábio, beba seu vinho e para o curto prazo)
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida (reescale suas esperanças. Mesmo enquanto falamos, o tempo ciumento)

aetas: carpe diem quam minimum credula postero. (está fugindo de nós. Colha o dia, confia o mínimo no amanhã.)
                                                Horácio (82-8 a.C.)
abraço a todos
 


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A difícil arte de emagrecer

Caros amigos, ficar magro não é fácil, principalmente para as pessoas que têm tendência a engordar...se comer um arrozinho, bum...engorda tudo de novo.
Sempre fui gordinho e especialmente nestes últimos tempos me discuidei na parte dos exercícios fisicos e alimentação.
Não deu outra: mais ou menos em outubro de 2015 estava pesando 133kg, um recorde (negativo) de peso.
Não podia continuar neste ritmo, pois em pouco tempo e depois dos 40 anos começamos a ter problemas de saúde que poderiam não ser mais recuperáveis. A primeira coisa que tinha que fazer era uma mudança total nos hábitos e rotinas. Mas não tinha um incentivo, um start, para começar. Então de uma só vez vieram vários.
Primeiro, o contato com a minha amiga que não via a tempos...ainda não nos encontramos, mas vi que amigos são fundamentais e principalmente para vermos que somos queridos.
Segundo, um velho amigo professor, me disse certa vez que "nós nada mais somos do que a vida que levamos". A filha caiu meses depois, ou seja se você vive para comer, será gordo. Então uma mudança de hábito é urgentemente necessário.
Terceiro: o RH de onde eu trabalho me enviou um email dizendo para ir até lá em tal dia e hora. Isso de alguma forma mexeu, pois como estava acima do peso, pensei comigo. Será que vou esperar ter um treco para mudar meu estilo de vida?
Quarto: levar uma fumada do médico, que não o seu pai, dizendo que a sua pressão arterial estava subindo. Ou emagrece ou vai entrar com anti-Hipertensivos.

Chega vamos ao que interessa. 1) mudança de hábitos. Tinha que começar a fazer exercícios. Não era uma das tarefas mais fáceis, pois estava sedentário há tempos. Comecei aos pouquinhos. 2) tinha que fazer uma dieta, mas como se sempre estava com fome? Então um dia li em algum lugar que uma moça fez uma cirurgia bariátrica através da hipnose. Nunca fui muito ligado a isso, mas de alguma forma lembrei disso é tentei fazer. Imaginei eu deitado fazendo uma cirurgia bariátrica e lançando sugestões para meu cérebro, dizendo " eu controlo meu corpo e não tenho fome". Fome sempre vai ficar se quiser emagrecer, mas cometas sugestões da para minimizar.
Hoje minha direta é a base de salada e uma carne do tamanho da palma da mão. Como isso no almoço e jantar e durante o dia só chiclete (sem açúcar) e café com adoçante. Acordo cedo e em jejum ou caminhar e correr e antes do almoço pratico natação.
Esta dando certo e já perdi cerca de 17kg em um mês.
Fácil não é, mas é gratificante quando estamos começando a ter resultados.

Uma abraço a todos.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

E os Cosmos estão à Favor

Certo dia ouvi dizer que quando tudo, mais tudo mesmo dá certo na vida, mesmo naquela situação em que até você nem mais acredita, diz-se que os cosmos, o universo está conspirando a favor.

Nunca havia percebido isso e nem dado a devida importância, mesmo porque nunca fui de acreditar muito nessas coisas. Pois bem. A partir deste segundo semestre de 2015, os cosmos finalmente conspiraram a meu favor. Tudo está dando certo até o presente momento.

Mesmo assim, apesar de quase acreditar nos cosmos, prefiro ainda dar crédito ao esforço, dedicação e mudança de postura com relação à vida.

Pois é. Claro que uma mudança, principalmente no padrão da Felicidade, pode melhor significativamente a qualidade de vida. Quando estamos felizes, o universo conspira a favor.

E aí que tal fazer o universo, cosmos conspirarem a seu favor?

abraços.

sábado, 21 de novembro de 2015

MPB E A DITADURA MILITAR 2 - Pra não dizer que não falei das flores


Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
(Geraldo Vandré)


Composição: Geraldo Vandré




Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)


Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos

 
 
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(4x)


 
Esta composição de Geraldo Vandré talvez seja a música símbolo da resistência à ditadura no Brasil, já possuindo enorme valor simbólico na cultura brasileira. Produzida em uma fase de endurecimento do regime militar, seus versos incitam a população a resistir, quase de forma heróica, e a lutar para derrubar os militares do poder, exaltando a força da sociedade civil. A música começa com uma afirmação de igualdade entre os brasileiros (importante lembrar que na época a desigualdade social crescia e que parte da sociedade, especialmente a que vivia no interior, pouco ou nada sabia da situação política real). E partindo desse princípio o autor convoca a população a “seguir a canção”, ou seja, a lutar contra o regime e avançar politicamente, garantindo direitos iguais para pessoas que são, por princípios, iguais. É importante observar que o autor quer garantir direitos mesmo àqueles que não se opuseram até então ao regime por quaisquer motivos.
Para o compositor, não há tempo há perder: a população tem de agir. Para ele, esperar é um mau sinal e vai contra o princípio de participação das massas, especialmente considerando os abusos cometidos a todo instante naquela época. (“Vem, vamos embora, que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”). Este trecho é repetido muitas vezes ao longo da música, é a principal mensagem do compositor para seu público.
Na estrofe seguinte, Geraldo Vandré fala sobre os contrastes sociais do Brasil (“Pelos campos há fome em grandes plantações”). Mesmo com terra sobrando e comida sendo produzida, nossa produção vai para o exterior e os brasileiros passam fome. Logo depois, Vandré faz referência à "geração Paz e Amor" dos anos 60, que ficou conhecida por manifestações pacíficas pedindo mudanças sociais em todo o mundo, sendo um grande movimento cultural. Os versos são “Pelas ruas marchando indecisos cordões/ Ainda fazem da flor seu mais forte refrão/ E acreditam nas flores vencendo o canhão”. Em “Há soldados armados, amados ou não/ Quase todos perdidos de armas na mão/ Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição/ De morrer pela pátria ou viver sem razão”, o autor fala sobre os militares, mas de um jeito diferente das outras músicas do período: ele os humaniza e não deposita a culpa total por agirem como agiam. O autor coloca que há um motivo por trás, que os soldados foram doutrinados a agir daquele jeito
Em “Nas escolas, nas ruas, campos, construções/ Somos todos soldados, armados ou não/ Caminhando e cantando e seguindo a canção/ Somos todos iguais braços dados ou não/ Os amores na mente, as flores no chão/ A certeza na frente, a história na mão/ Caminhando e cantando e seguindo a canção/ Aprendendo e ensinando uma nova lição”, Vandré também classifica a população como “soldados”  pois também lutam por uma causa. E não classifica somente a parcela da população que fez resistência armada, também exalta aqueles que nada fizeram diretamente para acabar com a ditadura. Estes merecem ser chamados de soldados pois estão no mesmo time, pois estes também serão beneficiados com a queda dos militares. Assim, ele reafirma a tese de que todos são iguais.
Geraldo Vandré escreveu essa música em 1968, em meio ao auge da ditadura militar brasileira. O sucesso da canção que incitava o povo à resistência levou os militares a proibi-la, usando como pretexto a "ofensa" à instituição contida nos versos "Há soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição / de morrer pela pátria e viver sem razão". A melodia da canção tem o ritmo de um hino, e sua letra possui versos de rima fácil (quase todos em ão), que facilitam memorizá-la, logo era cantada nas ruas. Com sua letra, Vandré fez uma síntese de sua geração, retratando a angustia da população perante o regime.